sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Miklaws Jakubica (Século XVI)


Miklawš Jakubica, pastor protestante, trabalhou na tradução do Novo Testamento para um dialeto baixo-lusaciano, não mais falado hoje. Usou a Bíblia de Lutero em alemão, como base para sua tradução. Infelizmente essa obra não foi impressa.

Seu trabalho foi o primeiro a utilizar a Bíblia de Lutero como base para a tradução das Escrituras para outras línguas.

Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Acesso em 09 de janeiro de 2013, às 16:45
Usado com permissão

P.S.: Para saber mais sobre a Lusácia, você pode acessar o link A Canleira: Lusácia

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Onde encontrar ajuda na Bíblia - Parte 3

Diante de um Ano Novo, muitos sonhos são concebidos, mas poucos chegam a nascer! Vários inimigos emocionais consomem-nos esses sonhos: a baixa autoestima, a procrastinação e o orgulho. A sabedoria bíblica nos dá importantes conselhos para vencermos também essa batalha. Leia e reflita:

(1) O Ano Novo sempre traz uma sensação de insegurança para muitos. Daí para desenvolver uma baixa autoestima é um pulo. Mas não se deixe abater, "Em Deus faremos proezas". Confie em Deus, ponha-o sempre em primeiro lugar em sua vida e descanse n'Ele. O resto, deixa com Ele. Leia e medite nos seguintes trechos:

(2) Os muitos planos que traçamos podem nos sufocar em lugar de nos alavancar. Isso pode acontecer porque a sobrecarga de sonhos nos conduz a deixar muita coisa para depois. Isso é a prática chamada de P-R-O-C-R-A-S-T-I-N-A-Ç-Ã-O! Palavra deriva de cras - termo latino para nossa palavra 'amanhã'. Sobre esse tema, a Bíblia nos orienta... Para achar as respostas, leia os textos abaixo:
(3) Devido àquilo que conseguimos realizar e diante da plateia que nos assiste, desejamos muitas vezes agigantarmo-nos, sermos admirados e quase endeusados por nossos feitos. Contra isso, a orientação das Sagradas Escrituras é:
Confira outras postagens sobre ajuda bíblica para sua vida:

Observações: 
(1) Todas as referências utilizadas pertencem ao texto da Tradução da Bíblia conhecida como Almeida Corrigida Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana.
(2) A postagem citada por último na lista anterior pertence ao blog apenas1.wordpress.com, de Maurício Zágari.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Manassés Ben Israel (1604-1657)


Manassés ben Israel
Manassés ben Israel era de origem lusitana e ainda menino chegou a Amsterdã com sua família fugindo da Inquisição de Portugal. Sua família era uma das muitas famílias de marranos portugueses e espanhóis que tiveram que abandonar sua terra natal para buscar a liberdade que neles não a encontravam.

O apelido marrano foi dado pelos cristãos velhos ao grande número de judeus obrigados pela força a abraçar a fé cristã. Fingiam ser cristãos, mas secretamente praticavam o judaísmo.

Marranos, Pintura de Moshe Maimon (1893)
retrata o Sêder de Pessach  realizado secretamente na Espanha,
na época da Inquisição
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marrano
Na Holanda foi aluno de Isaac ben Uziel com que aprendeu a Torá e o Talmude. Adquiriu grandes conhecimentos em filosofia, teologia e história. Falava e escrevia em espanhol, português, latim, hebraico, holandês e inglês. Tornou-se um referencial para os intelectuais da época. Estes o consultavam sobre questões filológicas e gramaticais.

Manteve correspondência com o jurista Grócio, com o hebraísta Buxtorf, o Velho, e com a rainha a Cristiana da Suécia, conhecedora de hebraico. Rembrandt o usou como modelo para seu quadro “O Rabino de Amsterdã”.


Em 1627, fundou em Amsterdã a primeira imprensa adaptada para o hebraico. Essa mesma cidade tornou-se um centro de difusão de livros para os séculos seguintes.

Uma das obras mais importantes de Manassés ben Israel foi A Esperança de Israel, cujo título completo em espanhol é o seguinte:

Esperança de Israel, obra curiosíssima composta por Menasseh ben Israel, teólogo e filósofo hebreu. Trata da admirável dispersão das dez tribos e seu infalível retorno com as demais à [sua] pátria, com muitos pontos, e histórias curiosas e declarações de várias profecias.

Nesta obra, nosso personagem defendia a esperança messiânica de encontrar as tribos perdidas e acabar com os séculos de peregrinação dos judeus pelo mundo. Haviam chegado da América noticias de um navio marrano afirmando terem sido vistos indivíduos pertencentes às tribos perdidas de Rubens e Levi. Da Inglaterra também chegavam noticias animadoras: a vitória dos puritanos trazia esperança para o restabelecimento dos judeus naquele país. No entanto, o Parlamento garantia tolerância apenas para os reassentamentos judeus não-marranos.

Manassés ben Israel editou muitos material litúrgicos e bíblicos para a comunidade judaica de Amsterdã e para novas comunidades assentadas na América provenientes da Europa.

 Como tradutor, trabalhou no livro de Salmos.


Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Acesso em 03 de janeiro de 2013, às 12:00
Usado com permissão

sábado, 5 de janeiro de 2013

O Adolescente Anônimo de Rampur

Abaixo segue um trecho do livro O Apóstolo dos Pés Sangrentos. Seja edificado a considerar o poder transformador da Palavra de Deus.

"Na mesma época em que Sundar Singh se tornou cristão, os missionários de Rampur foram levados a julgamento pelo chefe de uma da mais ricas famílias da cidade, acusados de corromperem o filho dele em vez de educá-lo. O adolescente, cujo nome não sabemos, acompanhara Sundar Singh em seu primeiro dia de aula.

Ao se deparar com o Novo Testamento, também se rebelou, mas depois começou a ler o livro e se converteu. Ameaçado pelo pai, não negou sua fé. O pai, então, levou os missionários ao tribunal. Durante o julgamento, o rapaz foi chamado a depor. Ele havia conseguido guardar um exemplar do Novo Testamento e com ele apresentou diante de todos.

Quando o juiz perguntou se as acusações contra os missionários eram verdadeiras, ele respondeu que não, pois não cria em Cristo por causa dos missionários, mas por causa da leitura daquele livro. Os missionários foram absolvidos e o rapaz foi levado para casa

O pai trancou o rapaz num quarto e durante a refeição atiraram-lhe o prato como a um animal. Tristemente, ele tomou a comida e comeu Logo, após ter comido, sentiu forte dor no estômago e segundos depois morreu. O rapaz foi envenenado pela família por causa de sua fé, a fé genuína que nascera da leitura da palavra de Deus, tornando-se um mártir anônimo do Cristianismo na Índia."


RIBEIRO, Boanerges. O Apóstolo dos Pés Sangrentos - A história do homem que se parecia com Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.

Para saber mais sobre a obra acesse:


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Juan Hispalense (Século IX)


Ao redor da figura de Juan Hispalense tem se tecido uma grande confusão devido à concorrência de vários candidatos com o mesmo nome. Dentre esses vários, achamos um Juan Hispalense ou Juan de Sevilha que viveu no século IX sob a dinastia de Omeya e que foi amigo de Álvaro de Córdoba. Tornou-se bispo de Sevilha e manteve seu nome de batismo.[i] Alguns acontecido na vida do bispo Juan Hispalense foram: (1) participou de um concílio realizado em sua diocese e (2) recebeu dos árabes o título honorário de Cacis Almitrán, ou seja, sacerdote arcebispo.  

Ainda no século XII, viveu outro Juan de Sevilha, ainda que morasse na cidade de Toledo e fosse arcebispo dessa mesma cidade. Foi um dos principais membros da famosa Escola de Tradutores de Toledo. Seus trabalhos de tradução foram realizados entre 1152e 1166. Às vezes, é identificado ou não com Juan Abendeuz, judeu (Ibn Daud, Ibn David), também chamado de Juan Hispano. Para aumentar a confusão mais ainda, entre os colaboradores desta famosa Escola, existiu alguém chamado de “Mestre Juan”, a quem muitos identificam ora com um ora com outro dos dois Juans acima.

Na biblioteca de El Escorial (Madrid) existe um códice intitulado librum Evangeliorum versum in linguam arabicam a Ioanne Episcopo HIsplensi qui ab Arabicus apellatur Zaid Almatrud tempore Regisb Alphonsi Catholici.[ii]

Não obstante, mesmo que Luitprando afirme que a autoria de uma tradução das Sagradas Escrituras para o árabe tenha sido feita por Juan Hispalense (o do século IX). Há que negue esse fato, uma vez que esta tradução já era associada a Saadia ha-Gaón[iii] e seja date de uma época anterior a daquele autor.

Ainda em defesa do Juan Hispalense do 9º século pode ser visto na Crônica Geral de Alfonso X, o Sábio, que afirmou ser aquele um arcebispo de Sevilha, cujo nome latino era Juan e o nome árabe Said. A este tal documento chama também de Çayed Almotran e afirma ter sido o tradutor das Escrituras para o árabe.

Frontispício da Biblia del Oso
O jesuíta Tomás de León (século XVII) afirmou que o reconhecimento a ser dado a Juan Hispalense foi utilizar uma tradução árabe anterior a ele e usá-la na instrução dos cristãos que vivem sob o domínio muçulmano. Contra essa declaração está o que Cipriano de Valera, na Exortação à revisão que fizera na Biblia del Oso[iv] (Veja na figura ao lado) de Casiodoro de Reina: “Iuan, Bispo de Sevilha, a traduziu para a língua arábica ” e umas linhas depois reafirma: “Reinando, pois os Mouros na Espanha, um Bispo de Sevilha, traduziu a Sagrada Escritura para a língua arábica, para quem os Mouros soubessem  a respeito da religião cristã”.

Para elucidarmos esse problema ainda serão necessárias mais investigações que nos expliquem os fatos.


[i] Pois não adotou um nome eclesiástico.
[ii] Livro dos Evangelhos traduzidos para a língua arábica por Juan Hispalense, o Bispo, que recebeu dos árabes o apelido de Zaid Almatrud, nos tempos do Rei Católico Alfonso.
[iii] Saadia Ben Joseph Al Fayumi ou Saadia ha-Gaón, Saadia o eminente ou excelente, um tradutor da Bíblia para o árabe que viveu entre 882 e 942. Para maiores informações veja: http://proel.org/index.php?pagina=traductores/saadia.
[iv] Nome dado devido à figura do Urso (em espanhol Oso) presente no frontispício.




Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Acesso em 03 de janeiro de 2013, às 11:52
Usado com permissão

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Mark Hildesley (1695-1772)

Mark Hildesley
O doutor Mark Hildesley fez seus estudos no Trinity College, em Cambridge, onde foi eleito pregador em 1724 e consagrado bispo de Man (veja a ilha no quadro abaixo),[i] em 1755.

Após sua chegada em sua diocese, em Man, abraçou como tarefa a tradução das Escrituras para a língua manesa.[ii] Essa obra já havia sido começada pelo bispo Wilson, que a custeava com suas próprias finanças. Este servo de Deus chegou a imprimir o evangelho de Mateus e preparou os demais evangelhos e Atos dos Apóstolos para impressão.

Mapa da ilha de Man -
entre a Grã-Bretanha e a Irlanda

Recebeu a ajuda financeira do dr. Wilkson, filho do bispo Wilson. Aquele lhe enviou vinte guineas e os tipos que seu pai havia preparado ou traduzido. O bispo Hildesley imprimiu o Novo Testamento, o Livro de Oração Comum, o Catecismo de Lewis e o Christian Monitor.

Depois de seu sucesso nessa tradução, iniciou outro projeto: Traduzir o Antigo Testamento. Para isso, contou com a ajuda de seus colegas clérigos locais. Esta obra foi revisada por P. Moore e seu discípulo John Kelley.

Entre 1770 e 1772, a Bíblia foi impressa em manes em Whitehaven sob a supervisão de J. Kelly, sendo esta a base para posteriores edições.
João 3:16 em manês


Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Fonte: http://proel.org/index.php?pagina=traductores/hildesley
Acesso em 02 de janeiro de 2013, às 09:56
Usado com permissão


[i] Ilha situada entre a Grã-Bretanha e a Irlanda.
[ii] Veja abaixo exemplo da língua manesa:
Hino nacional:
Inglês: O Land of Our Birth
Manês: Arrane Ashoonagh dy Vannin
Português: Ó Terra do Nosso Nascimento

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A Tradução e a Leitura da Bíblia

 Quero começar o ano novo e essa postagem com um relatório triste, mas que creio ser possível transformá-la em algo de bom:
Uma pesquisa do jornal USA Today revelou, apenas três meses antes desse livro ser publicado, que somente 11% dos americanos leem a Bíblia todos os dias. Mais da metade a lê menos de uma vez por mês ou simplesmente não a lê ”.[i]
Conceber um cristão sem a leitura ou a audição das Escrituras é o mesmo que imaginar um pedreiro ou um cirurgião sem seus instrumentos de trabalho. O autor do livro tenta nos aliviar um pouco a consciência mencionando que a pesquisa engloba “todos os americanos, não somente cristãos professos”.[ii] No entanto, ainda que isso seja verdade, há um peso na pesquisa: Aquela é uma nação com bases protestantes. E lembrando um dos lemas da Reforma Protestante: “Sola Scriptura” [As Escrituras como única base de regra de fé], não há tanta amenização.
Pensando em nosso conceito brasileiro de ser cristão, essa estatística não seria menos preocupante. Ainda mais quando você ouve gente se desculpando em não ler a Bíblia, porque “a letra mata” (2 Co 3:6) – um dos textos bíblicos mais maltratados que já vi.
Em uma leitura mais atenta desse texto bíblico, fica claro que Paulo, ao fazer um comentário sobre seu trabalho missionário entre os cristãos coríntios, acompanhem meu raciocínio, está falando de que os coríntios eram uma carta escrita pelo Espírito do Deus vivente. Não uma escrita com tinta (2Co 3:3). Esta carta foi escrita não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, o coração daqueles crentes (2Co 3:3). Essa ideia de Deus escrever suas leis não mais na pedra, mas no coração é uma referência à obra de Cristo, o sangue da nova aliança ou do Novo Testamento como Jeremias profetizou (Jr 31:31-33) e Paulo nos faz lembrar na ceia do Senhor (1Co 11:25). Paulo era o apóstolo desta nova aliança. O que faz lembrar uma antiga aliança (2Co 3:6). A nova aliança não é da letra – alcançada pelas obras da lei. É do Espírito (2Co 3:6). Logo, a letra que mata, não é a palavra, mas a confiança nas obras da lei para realizar o que só o sangue de Cristo pode fazer: “Remissão de Pecados”.[iii]
Assim amados e amadas, sem mais desculpas,[iv] precisamos ler as Escrituras para conhecermos mais a Deus. Quero terminar essa postagem sugerindo planos de leitura da Bíblia para esse novo ano. Escolha o que melhor se encaixa com seu ritmo.[v] E lembrem-se, ainda que leve mais de um ano, leia a Bíblia. Ainda que você comece e pare a leitura, recomece.
Por isso, lembre-se dos povos que ainda não têm as Escrituras em sua língua materna. Valorize  cada verso impresso em um cartaz, cada letra de um cântico que traz um trecho da Palavra, cada calendário anual de leitura bíblica que sugere a existência de uma tradução das Escrituras para ser percorrida.
Para encerrar, o que o apóstolo João fala em Apocalipse 1:3, é aplicado não apenas ao próprio livro de Apocalipse, mas também a todo o Livro Santo:
Bem-aventurado aquele que lê,
e os que ouve as palavras desta profecia,
e guarda as coisas que nela estão escritas;
porque o tempo está próximo

P.S.: Vejam os links para os planos de leitura da Bíblia de que lhes falei:


Um abração e fique na graça e paz do Senhor Jesus

Marcos Paulo Soares



[i] WHITNEY, Donald S. Disciplinas Espirituais para a Vida Cristã. São Paulo: EBR, 2009, p. 34.
[ii] Idem.
[iii] “não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção [...] e, sem derramento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9:13,22).
[iv] Para os irmãos que não sabem ler, existem cd’s e dvd’s e sites com a Bíblia em áudio.
[v] Quero comentar sobre esses planos de leitura em outras postagens.

Sons e Línguas - O Fazer Missões através da Tradução da Bíblia em Poesia

Abaixo segue o texto do Folheto Sons e Línguas, da Missão ALEM, que descreve de modo singelo o trabalho do missionário-tradutor de Bíblia...