Manassés ben Israel |
Manassés ben Israel era de origem lusitana
e ainda menino chegou a Amsterdã com sua família fugindo da Inquisição de
Portugal. Sua família era uma das muitas famílias de marranos portugueses e espanhóis
que tiveram que abandonar sua terra natal para buscar a liberdade que neles não
a encontravam.
O apelido marrano foi dado pelos cristãos
velhos ao grande número de judeus obrigados pela força a abraçar a fé cristã. Fingiam
ser cristãos, mas secretamente praticavam o judaísmo.
Marranos, Pintura de Moshe Maimon (1893) retrata o Sêder de Pessach realizado secretamente na Espanha, na época da Inquisição fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marrano |
Na Holanda foi aluno de Isaac ben Uziel
com que aprendeu a Torá e o Talmude. Adquiriu grandes conhecimentos em
filosofia, teologia e história. Falava e escrevia em espanhol, português,
latim, hebraico, holandês e inglês. Tornou-se um referencial para os
intelectuais da época. Estes o consultavam sobre questões filológicas e
gramaticais.
Manteve correspondência com o jurista
Grócio, com o hebraísta Buxtorf, o Velho, e com a rainha a Cristiana da Suécia,
conhecedora de hebraico. Rembrandt o usou como modelo para seu quadro “O Rabino
de Amsterdã”.
Em 1627, fundou em Amsterdã a primeira
imprensa adaptada para o hebraico. Essa mesma cidade tornou-se um centro de
difusão de livros para os séculos seguintes.
Uma das obras mais importantes de
Manassés ben Israel foi A Esperança de Israel, cujo título completo em espanhol
é o seguinte:
Esperança de Israel, obra curiosíssima composta por Menasseh ben Israel, teólogo e filósofo hebreu. Trata da admirável
dispersão das dez tribos e seu infalível retorno com as demais à [sua] pátria,
com muitos pontos, e histórias curiosas e declarações de várias profecias.
Nesta obra, nosso personagem defendia a esperança messiânica de
encontrar as tribos perdidas e acabar com os séculos de peregrinação dos judeus
pelo mundo. Haviam chegado da América noticias de um navio marrano afirmando terem sido vistos indivíduos pertencentes às tribos perdidas de Rubens e Levi. Da Inglaterra também chegavam noticias animadoras: a vitória dos puritanos trazia esperança para o restabelecimento dos judeus naquele país. No entanto, o Parlamento garantia tolerância apenas para os reassentamentos judeus não-marranos.
Manassés ben Israel editou muitos
material litúrgicos e bíblicos para a comunidade judaica de Amsterdã e para
novas comunidades assentadas na América provenientes da Europa.
Como
tradutor, trabalhou no livro de Salmos.
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Acesso em 03 de janeiro de 2013, às 12:00
Usado com permissão
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