domingo, 6 de janeiro de 2013

Manassés Ben Israel (1604-1657)


Manassés ben Israel
Manassés ben Israel era de origem lusitana e ainda menino chegou a Amsterdã com sua família fugindo da Inquisição de Portugal. Sua família era uma das muitas famílias de marranos portugueses e espanhóis que tiveram que abandonar sua terra natal para buscar a liberdade que neles não a encontravam.

O apelido marrano foi dado pelos cristãos velhos ao grande número de judeus obrigados pela força a abraçar a fé cristã. Fingiam ser cristãos, mas secretamente praticavam o judaísmo.

Marranos, Pintura de Moshe Maimon (1893)
retrata o Sêder de Pessach  realizado secretamente na Espanha,
na época da Inquisição
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marrano
Na Holanda foi aluno de Isaac ben Uziel com que aprendeu a Torá e o Talmude. Adquiriu grandes conhecimentos em filosofia, teologia e história. Falava e escrevia em espanhol, português, latim, hebraico, holandês e inglês. Tornou-se um referencial para os intelectuais da época. Estes o consultavam sobre questões filológicas e gramaticais.

Manteve correspondência com o jurista Grócio, com o hebraísta Buxtorf, o Velho, e com a rainha a Cristiana da Suécia, conhecedora de hebraico. Rembrandt o usou como modelo para seu quadro “O Rabino de Amsterdã”.


Em 1627, fundou em Amsterdã a primeira imprensa adaptada para o hebraico. Essa mesma cidade tornou-se um centro de difusão de livros para os séculos seguintes.

Uma das obras mais importantes de Manassés ben Israel foi A Esperança de Israel, cujo título completo em espanhol é o seguinte:

Esperança de Israel, obra curiosíssima composta por Menasseh ben Israel, teólogo e filósofo hebreu. Trata da admirável dispersão das dez tribos e seu infalível retorno com as demais à [sua] pátria, com muitos pontos, e histórias curiosas e declarações de várias profecias.

Nesta obra, nosso personagem defendia a esperança messiânica de encontrar as tribos perdidas e acabar com os séculos de peregrinação dos judeus pelo mundo. Haviam chegado da América noticias de um navio marrano afirmando terem sido vistos indivíduos pertencentes às tribos perdidas de Rubens e Levi. Da Inglaterra também chegavam noticias animadoras: a vitória dos puritanos trazia esperança para o restabelecimento dos judeus naquele país. No entanto, o Parlamento garantia tolerância apenas para os reassentamentos judeus não-marranos.

Manassés ben Israel editou muitos material litúrgicos e bíblicos para a comunidade judaica de Amsterdã e para novas comunidades assentadas na América provenientes da Europa.

 Como tradutor, trabalhou no livro de Salmos.


Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Acesso em 03 de janeiro de 2013, às 12:00
Usado com permissão

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