quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tradutores da Bíblia: Manrique Alonso Lallave (1839-1889)


Manrique Alonso Lallave nasceu em Fuente de San Esteban, Salamanca (Espanha) em 1839 e morreu em Manila – Filipinas, em 1889.
Exerceu o ofício de padre dominicano por doze anos nas Filipinas. Dessa experiência surgiu um livro intitulado Os frades nas Filipinas (Madri, 1872). Nele Lallave discorre sobre os prejuízos que os nativos filipinos sofreram decorrentes do controle clérigo espanhol. Após conhecer o evangelho, tornou pastor, exercendo seu ministério em Madri e Sevilha. Nesta cidade, desenvolveu um importante trabalho evangelístico entre os anos 1874 e 1889. Mesmo tendo abandonado as Filipinas, seu coração, jamais deixou de bater por seu povo, mesmo estando na Espanha. Sobre isso, ele declarou: “'Levar o evangelho ao arquipélago filipino é um assunto que deveria interessar a todos os cristãos evangélicos, especialmente aos espanhóis”.
Com os conhecimentos linguísticos adquiridos nas Filipinas, conseguiu traduzir, enquanto esteve na Espanha, os quatro evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos para a língua ilocana,[1] língua da região filipina de Pangasinan.
Sua tradução teve por base a versão espanhola de Reina-Valera e o primeiro livro bíblico a traduzir foi o evangelho de Lucas – cujo título foi Say Masantos a Evangelio na cataoan tin Jesu Cristo de onuñg na dinemuet nen S. Lucas. A obra foi publicada pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em Londres em 1887. No ano seguinte, foram traduzidos Mateus, Marcos, João e Atos.
Em 1889, partiu, na companhia de Francisco de Paula Castell, para as Filipinas. Pouco depois de sua chegada foram envenenados. Alonso Lallave morreu por consequência disso, já Castell sobreviveu, chegando posteriormente a traduzir a Bíblia para o povo bribri[2] da América Central.
Além das obras acima mencionadas, Alonso Lallave também publicou um Dicionário Bíblico, colaborou assiduamente com A Luz, sendo fundador e diretor de O Mensageiro Cristão e diretor de A Oficina uma publicação maçônica.[3]

Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.




[1] Ilocano é uma língua austronésia falada primariamente no norte de Luzon, nas Filipinas. O nome vem de Iloko, nome nativo das Filipinas (N. do Trad.).
         [2] A língua bribri é uma língua tonal e posposicional falada pela comunidade bribri na região costarriquenha de Talamanca e nas montanhas da Província de Bocas Del Toro no Panamá. (N. do Trad.).
[3] Embora Lallave tenha servido aos propósitos do reino de Deus traduzindo a Palavra do Senhor para o illocano, a língua da região de Panganisan, cremos que, ao envolver-se com a maçonaria, o mesmo estava agindo de forma anticristã e antibíblica. Aquele que traduzira a Palavra estava agora vivendo em desacordo com os princípios da mesma Palavra que ajudara a traduzir. O Senhor Jesus ensinou que “o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes. E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora” (Mt 13:47,48) (N. do Trad.).

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